quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Paisagens de Sonhos escolhidas do L P S Vol. I

As sombras se escorregavam pelo fio do tempo
Que costura as montanhas do espaço sutilmente iluminado;
Das profundezas da gruta escura
A estrela maior se elevava a favor de todo o plano oculto
Para a percepção das retinas que nunca o via

Os pianos derretendo com a Lua
Pediam perdão à música e à forja
Enquanto perdiam suas notas
Por fendas de raras volúpias
No alto de uma sinfonia amena

Haviam colocado moedas
Sobre as vigas da velha casa
Para espantarem os Coelhos Sírios
Que queriam derrubar
As sete colunas de favos de mel

Poeiras do oceano seco
Fundiam-se nas camadas aeradas
Em um código de criação
Sempre que a luz escura brilhava
Na esfera iluminada
Das cores bailarinas cintilantes

Nas margens do rio santo, sob o vapor das águas,
Madres meretrizes lavavam os olhos e os seios umas das outras,
Depois se iam de costas para o Sol;
Quando a avidez chegou ali, da sua fogueira só restavam cinzas,
Do vinho, somente o aroma nas taças de cristal,
E das madres, um lenço e algumas pimentas vermelhas no chão

Notava-se que entre lábios
Em arranjos de ventos
Camas cansadas se deitavam
Sobre riachos perfumados
Que brotavam das cortinas da visão
Em um deserto de água

O campo magnético
Formado pelos três planetas
Sobrepostos um em cada ponta
Do triângulo cíclico
Criava anéis inebriantes
Na consciência lúdica
Que conspira contra o passado

Pelas escadarias pregadas
Acima do sótão subterrâneo
Palhaços desmontavam cubos coloridos
Que eram a superfície de uma nostálgica alegria

Depois da segunda colheita de ovos florescentes,
Ela não mais usou seus brincos de doze horas
Para evitar que períodos marinhos
Se voltassem contra a própria safra de ilusão

Enquanto os raios se debruçavam sobre as colinas falantes,
O velho lenhador que flutuava em um peixe arífico,
Dividia com seu machado uma gota de luz
Ao contemplar outra concepção astral

Em fases de nobres musgos
Hasteavam os portões no alto
Fazendo os Sapos da Manhã
Perderem o rumo de sua doutrina
Pelos córregos da fertilidade

Molduras deprimidas acordavam
Talhadas em figuras de bronze,
Das valas impressas no chão
Subiam paisagens em vidro;
Elas lembravam a arte dormente
Dos empoeirados sonhos antigos

Ao descer pelas ermas e ilusórias
Lacunas mortas no final do mundo,
Apenas em companhia de seu lobo mental,
Aquele que não usava o dia
Dizia que seguir por tais morros
Era como jogar dados
Com o impetuoso filho do vento

Espalhavam fragmentos de seus egos
Extraindo de vários conceitos complexos
Uma exacerbada psicodelia congênita;
Eram dois impressionistas utópicos
Cujos em seus dúbios espíritos
Nasciam sempre inusitados conúbios
Com a eterna existência

Mosiah Schaule/Giuliano Fratin

Um comentário:

Anônimo disse...

VOCE TAVA VENDO ESSAS COISAS MESMO OU É SO UMA HISTORIA DE UMA MENTE CRIATIVA?SE VIU UM MUNDO ASSIM ME CONTA COMO CONSEGUIU...ADOREI LER!!